quinta-feira, 13 de setembro de 2012
O Urso da Mendiga.
A broa rançosa de praça
Desfaz a fome da tarde
E sob o sol do meio dia
Fede o bicho morto sem cova
Podre
Sem morada
O céu, que abre as desgraças
Desqualifica o oficio
De defesa da pátria
Dos pais arrependidos
Da porra desperdiçada
Do carrinho necessário
Para viver uma pobre jornada
De bicho morto
Coração morto
Ave morta
E visto da sombra da árvore
A mendiga conduz seu urso sujo
Pelo caminho do afeto ilusório
Para esquecer que há
Muito além dali
Tudo aquilo que queríamos não ver
E vemos.
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