quinta-feira, 18 de março de 2010

Artigo Auei - Uma análise histórica da formação do Auei-ismo. (Continuação)

Peço desculpas pela demora de publicar esta continuação, e também pelo longo período de afastamento de meus compromissos enquanto praticante da doutrina Auei. Na verdade o que aconteceu é que eu acabei esquecendo de postar o resto desse texto e só me lembrei agora. Enfim, deleitem-se.

O Movimento Auei: A Revolução na Práxis Acadêmica.

Por: Bruno Rodrigues Costa.

Parte III: Dos valores que tem tudo a ver

O que significam os valores que tem tudo a ver? Quais são as inovações no modo de fazer a vida universitária dentro do Auei-ismo? Já que o academicismo era tão criticado, o que o Movimento Auei propõe? O pensamento Auei, e sua nova maneira de pensar a sociedade a partir dos valores que tem tudo a ver, será revolucionário, pois irá defender uma sociedade que reconheça a sua consciência desajustada, suas próprias contradições. O projeto do Movimento Auei é de uma reinterpretação dos valores da modernidade, reconhecendo os “pinos redondos nos buracos quadrados”1 da civilização atual e como eles representam a verdadeira força motriz da história. Defende o fim de uma convivência autodestrutiva e a conscientização das pessoas de que, segundo Ronald Rodrigues, “nós somos seres indivíduo-coletivos e precisamos apenas reconhecer essa nossa natureza para podermos viver de maneira Auei.”2, devemos formar valores políticos, acadêmicos e culturais que contemplem tanto o indivíduo quanto a coletividade, uma articulação das micro com as macro-felicidades, de modo que todos possam viver bem, conviver livres e gritar Auei!
No âmbito da UECE, o Movimento Auei vai romper com a hipocrisia do academicismo e criar um novo paradigma de experimentação do curso através da doutrina da não-separação do binômio pensamento-comportamento. Os Auei-istas pretendem transformar o cotidiano da vida universitária sendo contrários ao esquema pedagógico unilateral de cima pra baixo vigente e mostrando à todos que a universidade é um espaço de experimentação e produção de saber diferenciado com possibilidades imensas!

Parte IV: Do Auei total ao Auei em migalhas.

O que se entende por Auei total, é a perspectiva de pensar o auei-ismo dentro do conjunto de práticas que remetem aos valores que tem tudo a ver, sem dissociá-las de um quadro mais abrangente de paradigmas auei-ísticos. Ou seja, o auei-ismo totalizante só se dá dentro de um entendimento de que não se pode aderir ao conjunto de idéias e práticas aueis somente nos momentos convenientes, e sim, deve-se permanecer atuando, seja produzindo intelectualmente ou em suas práticas cotidianas, seguindo uma linha de raciocínio de ruptura com os valores que não tem nada a ver, e mantendo uma coerência entre o seu discurso e o verdadeiramente cumprido. Não se enquadra na perspectiva totalizante do auei-ísmo aquele que se diz distante dos valores academicistas ultrapassados e de toda a podridão de hipocrisia que ronda os corredores universitários, e, na primeira ocasião, se curva diante dos doutores que vomitam a alcunha da mediocridade em cima dos alunos a todo momento, em troca de uma futura possibilidade de financiamento ou até de um falso prestígio acadêmico. Algo que é discutido por Germano “Magão” em sua conceituação de Prostituição Acadêmica. Para o auei-ísmo totalizante, é preciso ser íntegro em relação à manutenção de suas práticas aueis em seu cotidiano. Porém, é importante entender que vivemos em uma sociabilidade acadêmica que é bastante comprometida para os valores que tem tudo a ver, e que se baseia em disputas selvagens por prestígio acadêmico longe de serem meritocráticas, o que torna complicado a vida do praticante do auei-ísmo. É possível sobreviver dentro deste meio mantendo suas práticas de contestação, sendo que, para isso, é necessário bastante confiança e integridade, qualidades que vem se perdendo cada vez mais.
O que se percebe nos dias de hoje é uma verdadeira pulverização do espírito Auei no âmbito de sua propagação e manutenção cotidiana. A partir do momento em que são deixadas de lado convicções ideológicas sobre o academicismo para se encaixar nos moldes requeridos pelos mesmos doutores que lhe chamam de medíocre, o auei-ísmo vai se partindo e se esmigalhando. Daí a conceituação de Auei-ísmo em Migalhas, por não ter perspectiva totalizante e ser fragmentado no âmbito das práticas rotineiras. Este modo de conceber o auei-ísmo faz com que se torne aceitável perceber a hipocrisia academicista do dia-a-dia, através de uma releitura dos paradigmas da contemporaneidade pelo viés dos valores que tem tudo a ver, e atuar de maneira contestadora somente quando for conveniente, em práticas aueis dissociadas do ideário maior do auei-ísmo. Torna possível, também, uma apropriação, por parte de seus ditos seguidores, somente de aspectos da doutrina Auei que não entrem em confronto com a comodidade do academicismo. Algo que carece de ser refletido.
O que se entende então é que este rumo que toma o pensamento Auei, à uma cada vez maior fragmentação de sua doutrina, é perigoso, e deve ser analisado de maneira mais profunda para que se chegue a uma solução. Talvez um combate à uma tendência leite-com-perista ou até uma releitura do próprio Auei-ísmo.

2 comentários:

  1. O Aueismo em sua essencia prega o rompimento e o combate (constante) ao academicismo dilacerante da sociedade academica que estamos inseridos.
    O medo toma conta dos nossos colegas, tem medo de falar o que pensam (se bem que alguns não pensam de forma Auei), mas o que se dá no curso de historia é um fortalecimento do academicismo através do medo, e nosso dever é combater ese medo se possível até as derradeiras consequencias.

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  2. Bruno Rodrigues, o primeiro aueiólogo a desenvolver um trabalho tão consistente acerca das práticas AUÊI's, principalmente levando em conta a sua benéfica apropriação de métodos academicistas para explicar o universo AUÊI.

    Esse artigo está de parabéns. Nossas idéias ainda mais...

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