quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Artigo Auei - Uma análise histórica da formação do Auei-ismo.

O Movimento Auei: A Revolução na Práxis Acadêmica.

Por: Bruno Rodrigues Costa.

Introdução.

De uns tempos para cá, pode-se perceber uma certa inquietação dentro do curso de história da UECE por diversos motivos. Professores reclamando da falta de compromisso de alguns estudantes, pessoas ligadas ao Movimento Estudantil revoltadas pela crescente descrença da base na luta política, salas esvaziadas, barulho pelos corredores, detalhes que compõem um panorama maior que nos dá a impressão de um curso altamente decadente e sem perspectiva de algo melhor. Sendo que, por trás disso tudo, existe todo um movimento de produção cultural no espaço da universidade que rompe com o tradicionalismo academicista até então reinante e promove uma inovação dentro da práxis estudantil importantíssima para a sua sociabilidade e até, se pensarmos com ousadia, para o próprio funcionamento do curso! É o que chamamos de Movimento Auei.

Parte I: Das origens do Movimento.

O termo “Auei” foi apropriado pelos seus utilizadores de um personagem bastante popular entre os jovens do nosso país que assistiam seus quadros na internet. O protagonista do seriado humorístico muito famoso pelos seus passos de dança, seu cabelo louco e por suas diversas frases de efeitos cheias de duplo sentido. Ele, ao fazer suas peripécias caóticas, sempre gritava: “Away!”. Era um personagem incompreendido por suas atitudes diferentes e sua aparência de mendigo, mas isso não o impedia de atuar brilhantemente. Seus gritos, na verdade, representavam um desapego aos valores contraditórios da civilização contemporânea individualista e hedionda, que, nos ouvidos da juventude, causavam frenesi. Diversos vídeos desse personagem irão circular entre os alunos do curso de história da UECE, principalmente a partir da turma de 2008.1, e terão bastante influência na formação de um espírito de contestação e de uma nova sociabilidade universitária.
O termo “Auei” é, na verdade, uma adaptação do mote do já citado personagem que advém da palavra inglesa “away”, ou seja, é um estrangeirismo. “Away”, no sentido denotativo, significa “Longe”, “Distante”, “Afastado”, e é a sua utilização por parte dos estudantes do curso de história que irá representar uma nova forma de pensar, agir e enxergar a UECE e o mundo. Essa ideologia vai nascer a partir de, além da influência direta das mensagens passadas pelo personagem caótico, uma necessidade de reinterpretação dos valores da sociedade, como, para exemplificar no âmbito da UECE, as práticas academicistas e a hipocrisia reinante na vida universitária, o que acaba por fazer com que os jovens percebam que a forma de sociabilidade do mundo em que vivem é destrutiva e precisa mudar. Essa nova percepção causa na juventude a necessidade de se sentirem longes de toda a podridão moral que caracteriza essa coletividade perversa. Dessa necessidade de estar longe, distante, afastado desses valores, vai nascer o termo “Auei”.
Na UECE, o paradigma do Auei-ismo surgirá, de forma embrionária, a partir da turma de 2008.1, mas, somente vai se consolidar no segundo semestre da mesma por diversos motivos. O Auei-ismo nasce no sentido de romper com o comportamento academicista tradicionalista que estava em vigor na universidade instaurando um novo entendimento das relações acadêmicas, sociais e políticas no curso, e vai fazer isso de maneiras diferentes com o passar do tempo. Por isso, ao historicizar este movimento, podemos perceber seus momentos distintos e suas especificidades. Desde a sua geração fundadora, com Germano “Magão” e “Rôlald” Rodrigues, até o chamado “Auei-ísmo em migalhas”, sem contar nas diversas polêmicas levantadas por “Auei-ólogos”.

Parte II: Do regime academicista e seus críticos.

Desde as turmas de 2007 na UECE, a tendência academicista era muito forte. Os professores pregavam que os estudantes deveriam se voltar para a sala de aula do mesmo jeito que os padres se voltam à cruz, e os alunos, condicionados desde o primeiro semestre à um esquema pedagógico deturpado, se viam na necessidade de se integrar neste academicismo fajuto para serem bem-vistos pelos professores. Alguns, já nesse período, agiam de forma bem contrária à essa tendência. Estes, não se integravam nesse esquema por perceber a situação como problemática, ou por puro desinteresse mesmo. É importante, também, refletir sobre o projeto de academia que os professores estavam tentando construir com essa forma de conduzir o curso, porque, na verdade, não se dava da maneira que eles próprios imaginavam. Mesmo com todo o discurso moralista e academicista pregado, na prática a atitude dos professores era bem diferente, pois muitos dos que mais acusavam os estudantes de se comportarem de maneira descompromissada eram os que, de repente, tinham que viajar e passar semanas sem dar aula, ou algo parecido. A hipocrisia tem seus limites, e é isso que os estudantes perceberam.
Com a turma de 2008.1 e a imensa influência de “professores” como Luiz Gomes, até hoje considerado mestre por muitos, se formula, por Germano “Magão” e “Rôlald” Rodrigues, considerados os “ pais” do Auei-ismo na UECE, o que se pode chamar de um espírito Auei, de rompimento com a tradição academicista e de promoção dos “valores que tem tudo a ver”. Vale ressaltar, neste momento, a polêmica que existe entre pesquisadores dessa temática sobre o Auei-ismo existir enquanto “espírito” ou enquanto paradigma, e se podemos falar em uma Escola do Auei ou em um Movimento Auei. Mas deixando essa discussão de lado e voltando para a análise histórica da formação do Auei-ismo, devemos ressaltar também que estes diversos pensamentos e práticas compilados em uma doutrina pelos dois estudantes terão bastante influência das idéias de seus colegas da turma, ainda no primeiro semestre, como George Herbert, profeta do Auei-ismo, e Daniel Reis, o “leite-com-pêra”. Estes serão importantes na formação da chamada Primeira Geração. A nova práxis universitária proposta vai exercer grande influência dentro do curso no que diz respeito ao comportamento e até na própria produção dos estudantes.

Continua em breve com:
PARTE III: Dos valores que tem tudo a ver.
PARTE IV: Do Auei Total ao Auei em Migalhas.

4 comentários:

  1. O aueiísmo tem assumido uma postura que propõe o rompimento com as estruturas tradicionais presente dentro da universidade, figurada no academicismo, na superioridade do mestre e na consequente submissão dos demais aos diplomas que tanto legitimam essa diferença e distância entre professor e aluno. O aueiísmo é livre e pensa o ser humano como uma dádiva da engenharia natural e pensante, capaz de criar através de sua perseverança em viver em sociedade e em relacionar-se, propondo a semelhança entre todos aqueles que se encontram inseridos no meio social.

    ResponderExcluir
  2. Por isso, é importante analisar esse movimento expressivo que a cada dia tem buscado uma reestruturação dos conceitos academicistas, de forma a lutar por um equilibrio na balança entre professores e alunos. Entender o movimento AUÊI e aplicar seus principios no cotidiano é necessário para o sucesso pessoal e coletivo no espaço academico, principalmente se nos aplicarmos a vencer esse atual sistema academicista cruel e vencido pelo tempo e pela ignorância humana.

    AUÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊI!!!!!!!!!!!!!!!!

    ResponderExcluir
  3. meu namorado é um gênio! acabei de descobrir.

    ResponderExcluir