quinta-feira, 9 de agosto de 2012

É necessário ir para precisar voltar.


É necessário ir para precisar voltar, e, como se tivesse ido, pensei ter visto todos esses rostos que, firmados na alegria, trabalhavam a festa como se fosse uma extensão necessária para passar o bem adiante, para pensar a alegria na força firme da atmosfera criada pelos gênios pensantes que povoam nossas fossas, verdadeiros lixeiros tampados que volta e meia nos permitem ver a lua no solo de nossas preocupações. E sob a sombra das bananeiras de nossas casas que nem sequer são nossas ainda, vemos todas as idéias de nossos povos fluírem dentro de nosso aquário-nação configurado em cada palavra lançada no ar respirável de nossos pobres irmãos que projetam pequenos desejos materializados em ações louváveis de grandiosas ambições.
Ultimamente andei pensando sobre o tempo, o tempo que nós perdemos tentando concretizar coisas que nós nem ao menos sentimos vontade de fazer e isso corresponde ao trabalho, relações familiares, tudo que tem a ver com a vida que levamos, mas que na verdade, ninguém tem muita vontade de levar. Hoje eu encontrei com meus amigos pra falar sobre a vida e a infelicidade que isso, tudo isso, tem me trazido, eu chorava em casa quando o Ronald falou comigo, a impossibilidade, as amarras que a vida lhe impõe, tudo isso me dói de um jeito que eu nem consigo expressar de uma forma inteligível, é como se você tivesse muito à dizer vivendo em um mundo de surdos, e é mais ou menos isso que o movimento auei me parece, um bando de malucos de cabeleira solta que falam aos quatro ventos uma língua de surdos num mundo de tecnicistas intelectualizados em um mundo onde tudo que pode ser provado é apenas o que pode ser ouvido. Eu não sei bem o que eu quero da minha vida, mas ultimamente não envolve departamentos estatais, ou empregos promissores, envolve amor acima de tudo, amor, entre aqueles que se olham nos olhos e se sentem como irmãos, num movimento que transcende a consangüinidade, aquilo que se escolhe pra ser, porque o amor vai além do que se impõe, amor é aquilo que se escolhe, e é assim que eu quero estar.
Ah vida boa! Ah vida boa! Daqui a dois dias começa a merda. Mas foda-se, foda-se, foda-se e foda-se. O aueísmo morreu antes de começar. Essa merda nunca deu certo e nunca dará. A grande verdade é que é putaria o dia inteiro, o Ceará e o Rio de Janeiro. Tomei muita cerveja com meus amigos em São Paulo e discordo com o grão-mestre auei, para mim São Paulo não subtrai a minha felicidade. E decidi, não vou ser mais chato e vou deixar de ser otário.
Meu pau no teu cu!
Meu pau no teu cu!
Meu pau no teu cu!
Todo vício e doença padece diante da idéia. A de que é preciso contemplar o céu e as estrelas. É preciso iluminar-se pela luz da lua. Contemplar as estrelas na sua beleza e simplicidade, pois cada uma delas carrega luz infinita e compartilha o universo com seus pares, sem roubar o brilho, sem sentir inveja e sem ofuscar a lua. É preciso contemplar o céu e aprender com ele. Olhar o céu e ser visto por ele e ser preenchido pela sua grandiosidade. Essa é a idéia que vive e faz viver. Vivam o céu e as estrelas. Brilhem na luz das suas idéias. Vivam!

(Produção coletiva de Ronald, Kelvia, Luã, Magão e Bruno).

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